quarta-feira, 19 de maio de 2010















Saudade que eu tenho de Itaipuaçu... hoje, não é nada do que era antes... era muito mais sossegado...

terça-feira, 18 de maio de 2010

BLIND ZERO... Slow Time Love

Os grupos portugueses afinal também evoluem...

Aqui está um bom exemplo... muito bom até, não acham ???

sábado, 1 de maio de 2010

Discoteca de Adelino Gonçalves

Estamos nos 80' e aparece um programa de rádio que desbundou... A Discoteca do Adelino Gonçalves na Rádio Comercial... Finalmente um programa de rádio com boa música de dança, o que não era costume para época... pelos por cá, por terras de Camões...

Eu tinha uma vantagem, já vinha com alguma bagagem de lá do outro lado do oceano... E acho que peguei o vício nos amigos...

Eu era fã do programa, não só pela boa música mas também por ser DJ na altura...

E tal como o Adelino diz... também me dá um certo gozo ouvir as sobreposições que se fazem hoje em dia com as músicas de então...

Entretanto descobri por aí algures uma entrtevista com o Mestre Adelino Gonçalves da qual  vou transcrever uns nacos para que se conheça também um pouco da história da Rádio...

"Eu estava a fazer o Contacto na onda média [da Comercial] e o Jaime Fernandes queria que eu fosse para o FM. Havia um espaço ao domingo à tarde, de quatro horas, e que era um alternativa ao Passeio dos Alegres, do Júlio Isidro, na RTP1, e aos relatos de futebol", conta Adelino.

Como tinha carta branca e não queria apenas cruzar discos, decidiu "experimentar num espaço tão longo a música que só se ouvia nas discotecas, que as pessoas tinham que ir às discotecas ou 'boîtes' para dançar e tomar conhecimento, porque não se ouvia em rádio. Achei interessantíssimo, era um filão, e que se adaptava à experiência." Mas houve problemas logísticos... "Não havia música. Havia um circuito de importação para os DJ, muito restrito, um bocado à candonga, porque era contra a lei... E eram preços exorbitantes, vinham coisas da América, algumas de Londres. Fui ter com alguns DJ e disse: 'Eis uma óptima ideia para fazer um programa - música negra em todas as vertentes, soul, funk.' E nos primeiros programas socorri-me do José Maria Corte-Real e do Darwin Cardoso. E foram passando a palavra e foi-me chegando muita música."

E no Verão de 81 a Discoteca foi para o ar. "Das 14h às 18h. Foi tão bem recebido que passou para um horário diário, das 13h às 15h. Um horário ingrato, mas que mesmo assim lhe valeu ser por duas vezes líder de audiência."

O programa ultrapassou as expectativas... "Não queria fazer um programa como os outros. Queria fazer divulgação, comecei a fazer pesquisa, pedia informação às editoras dos artistas lá fora, lá me punha a fazer grandes especiais." E assim criou público que não havia? "Havia um público que ia ao Charlie Place, ao Antigo Charlie Brown, ao Bananas, os frequentadores das discotecas, e que gostavam de ouvir essa música na rádio; e criei um novo tipo de ouvintes, que era a malta que não estava sintonizada com esse tipo de música e que passou a ouvir o programa. Foi ao contrário: começou a ouvir o programa e depois a ir à discoteca."

E agora? "Não sou um revivalista militante. Acho que nos anos 80, na música negra havia muito mais por onde escolher, quer fosse a soul music, a mais tradicional, a mais ortodoxa, quer fosse o funk com raízes no jazz, quer fosse a mais deliberadamente de dança. Em muitas situações agora há 'déjà vu'. Por exemplo, Morcheeba... já ouvi isto. O próprio Robbie Williams, com o 'Rock DJ', foi buscar a métrica ao 'Saddle up', do David Christie."

A escolha. Como foi a escolha? "Foi uma selecção da selecção da selecção... Saiu uma colectânea do Rock em Stock, depois uma do Som da Frente [também programas da Comercial nos anos 80], e pensei: tenho que fazer uma colectânea da Discoteca. Como tenho os originais todos, em vinil, guardados religiosamente, numa semana cheguei a reunir cento e tal temas, depois decidi dar uma no cravo e outra na ferradura: uns que foram êxitos, e outros que se circunscreveram aos mais assíduos ouvintes da Discoteca. Consegui chegar a estes 34."
Há temas que seriam sempre escolhidos, como "On the beat", da BB & Q Band, que "é o hino da Discoteca, foi o primeiro número 1 [no top dos ouvintes]"; e algumas ausências estranhas, como "The Crown", da Gary Bird Experience. "Não estava disponível. O disco é da Motown, e a Universal, que é a representante, já não tinha os direitos disso. É a grande lacuna. Mas alguns ficaram de fora, porque foram tão ouvidos - por exemplo o 'I feel for you', da Chaka Khan - que podia prescindir deles."

Terminada a década de 80, Adelino desapareceu... "Passei pela Rádio Energia. A ideia do Luís Montês [director] era eu reformular a música, porque aquilo vinha com alguns vícios metaleiros. Fui à experiência, e não queria ficar com o odioso de impor às pessoas que tinham transitado o meu gosto e ao fim de uma ano preferi ir embora. E aí acabou a rádio."
Está desiludido com o rumo que a rádio em Portugal tomou? "Completamente. Perdeu-se a personalidade, não há espaço. Não quero com isto dizer que não deva haver rádios onde se siga a 'playlist' - mas não apenas a 'playlist'. E dentro dela poder-se personalizar. Era esse o encanto, o 'opinion maker'. A voz que está na rádio A é igual à da rádio B. Há colegas que se queixam, as directrizes são no sentido de falar o menos possível."
Mas desligou-se da música? "Ouço música, mas não sou um ouvinte predisposto à rádio. Ouço mais as minhas cassetes. Vejo a VH1 e a MTV [canais de TV por cabo], se bem que na MTV alguma coisa passa-me ao lado. A VH1 peca por excessiva repetição, mas compreendo que eles não tenham muitos clips. E faz falta explorar um filão, toda a memória dos anos 80. E a rádio tem essa vantagem de que a música não envelhece, ao contrário do vídeo. Dá-me gozo ter um filho de 13 anos que, com alguma influência minha, ouve música dos anos 80, com a qual se identifica, e então digo-lhe: 'Isto saiu em 1987, agora ouve isto que é de 2001, ouve as duas versões e diz-me o que gostas mais', sem ele saber qual é uma e qual é a outra, e ele gosta mais da música dos anos 80."

E há ainda a pilhagem de ritmos e samples dos anos 80, que Adelino considera "excessiva". "Mas dá-me um certo gozo ver essas coisas, vê-se que foi uma década muito cheia."

Adelino Gonçalves, pasme-se, tem apenas 42 anos. Agora está no meio da publicidade, das vozes para filmes, jingles, anúncios. Por exemplo, é a voz da Rádio Capital - o que está certo, pois é "para quem gosta de música". E não descarta a possibilidade de voltar às ondas hertzianas, pois o bichinho nunca morre. Por agora, já está a pensar numa segunda colectânea da Discoteca, desta feita com os temas mais pop.

Super DJ Mummy Rock

Ruth Flowers, com 69 anos é um exemplo vivo de que a idade não deve ficar no caminho das coisas que você está apaixonado. Ruth faz coisas extraordinárias, para sua idade. Conhecida como “Mammy Rock”, nos clubes europeus, Ruth Flowers é provavelmente a mais antiga DJ profissional no mundo. A avó britânica usa bling-blin...g, fones de ouvido, roupas da moda e dos esportes, é eletrizante ver como ela trabalha o toca-discos em casas populares, em França. A carreira de Mammy Rock começou quando ela tinha 65 anos. O seu neto foi comemorar o aniversário numa boate de Londres, e Ruth perguntou se podia juntar-se a ele eaos seus amigos. Houve alguns problemas com os seguranças, que não se sentem bem deixando um idoso dentro de tal estabelecimento, mas assim que ela pisou dentro, Mammy Rock foi enfeitiçada pela atmosfera animada que a fez se sentir muito mais jovem.